Foi após um exame pediátrico de rotina que nossa vida mudou. Aos 4 meses, Miguel já apresentava macrocefalia (crescimento do crânio acima do esperado) e hipotonia (baixíssimo tônus muscular, resultando em atraso motor) sem qualquer razão aparente. Por um ano buscamos respostas em consultas e exames sem obter sucesso. Até que o professor Dr. Rui Fernando Pilotto (médico, biólogo, e especialista em genética, chefe do setor no hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná) conheceu nosso caso. Através de um exame genético, a mesma notícia que nos trouxe as respostas, tanto almejadas, nos abriu um abismo de dúvidas e medos.
Miguel desenvolveu uma mutação genética classificada com ultrarara no cromossomo X, especificamente, no gene CASK. Ele seria apenas o 3º (terceiro) caso no MUNDO de uma mutação registrada no mesmo endereço genético. Sendo que, dos 3 (três) casos registrados, a variante de Miguel é ÚNICA. Casos semelhantes (de diferentes mutações neste mesmo gene) não passam de 130 (cento e trinta) até 2020, dos quais, menos de 20% são meninos que sobreviveram a gestação.
Através de um grupo privado, na rede social Facebook©, localizamos familiares de crianças, ao redor do mundo, diagnosticadas com diferentes mutações no gene CASK, com os quais iniciamos contato.
Em um primeiro momento, o medo. Não existem nem sequer artigos científicos no Brasil falando sobre este gene, quanto mais um tratamento específico.
Chegamos ao cientista Ph.D. Konark Mukherjee, pesquisador deste gene desde de 2013 junto a Universidade Estadual de Virgínia (Virginia Polytechnic Institute and State University - Virginia Tech), nos Estados Unidos. Lá, um laboratório de reabilitação neuro motora desenvolve programas intensivos de terapias multidisciplinares. Esse processo tem obtido excelentes resultados para diferentes quadros de mutação do gene CASK. Porém, o custo é de aproximadamente U$22.000,00 (vinte e dois mil dólares) por ciclo/mês de tratamento. Foi então que iniciamos a campanha com o objetivo de levar Miguel até sua primeira esperança efetiva de uma vida melhor, com menos limitações.
Mais recentemente fomos apresentados aos programas de doenças órfãs e genéticas das Universidades de Yale e da Pensilvânia, que são referências mundiais.
De forma concomitante, estamos explorando o universo da terapia gênica e da medicina de precisão, junto a médicos e outras famílias. A terapia gênica é um caminho tecnológico que permite corrigir mutações genéticas, e muitas vezes, chegar à CURA dessas doenças. Para esta natureza de tratamento, são necessárias pesquisas especificas para cada paciente/quadro genético, o leva tudo a valores exorbitantes, chegando à cifra dos MILHÕES de dólares.
Definitivamente, essa experiência de vida com o Miguel nos faz perceber que o amor de pai e mãe ultrapassa fronteiras. Por um filho, descobrimos que não existe impossível. Não há limites para o amor de uma família. E essa força que temos e esse amor que levamos no peito (junto a todos que têm estendido suas mãos a causa Miguel Lorenzo) vão fazer com que possamos levar nosso filho para os tratamentos (e quem sabe a cura). Desejamos que, num futuro próximo, ele possa viver da maneira mais plena possível, retribuindo conosco, ao mundo, o milagre que já é sua vida.
Onde houver esperança de cura, lá estaremos por nosso Miguel Lorenzo!!!
E você? Nos ajuda nessa jornada?
#juntospelomiguelorenzo